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CAPÍTULO UM


A vida é uma grande história de suspense, pelo menos para mim. Nela, todos nós temos que lidar com situações complicadas, inacreditáveis ou até mesmo assustadoras, e na maioria das vezes estamos sozinhos nela, para complicar ainda mais esses momentos. Seria muito bom se pudéssemos ter um vislumbre do nosso futuro, mesmo que por alguns segundos apenas, para poder saber dos prejuízos que esses momentos e escolhas poderiam nos causar, e talvez ter um final diferente. Mas estamos presos no presente, podendo apenas contar com nossa própria sorte, que por acaso eu não tenho.


Meu nome é Alice Pine, tenho 24 anos e sou investigadora criminal da Security’s Agency, em Miami, Flórida. Tenho 1.60, olhos e cabelos castanho-escuros e tipo físico médio. Não sou casada e nem tenho filhos, gosto da solidão. Detesto ter que dividir a TV com alguém, ou que alguém esteja do meu lado na hora do café da manhã ou coisa assim. Talvez na psicologia existam definições para pessoas como eu.


Acordei cedo naquele dia, tinha muito trabalho para fazer e entregar para o departamento. Fui tomar café da manhã. Geralmente não tenho muitas coisas na cozinha, eu não fico muito tempo em casa. Sempre compro comida pronta nos restaurantes ou passo em um fast food e compro algo bem calórico, pra levantar o astral. E também, porque eu sou um total desastre na cozinha. Nunca tentei aprender muito, logo porque cozinhar certamente não seria meu hobby favorito.


Enquanto estava pensando para que restaurante ligar, a campainha tocou. Quando atendi a porta, Phillip Jackson entrou com uma sacola e me entregou um capuccino.

- Imaginei que estaria acordada essa hora, e resolvi trazer café para você. – Falou com o seu eterno sorriso no rosto.
- Obrigada. Estava pensando em fazer eu mesma algo para comer hoje – Menti.
- Não quero que minha parceira morra envenenada – E deu uma risada.
- Você salvou a minha vida, fico te devendo essa – Respondi, rindo também.


Phillip Jackson é o meu parceiro na Security’s e amigo pessoal. Nos entendemos muito bem, e por isso sempre resolvemos com uma certa eficiência os casos que nos mandam. Phill é o tipo de cara que você sente segurança quando ele está ao seu lado. Tem 27 anos e seus 1.80, vai à academia com frequência, expressão protetora e sempre simpática. Barba bem feita, olhos azuis e cabelo loiro. Deixa qualquer garota suspirando.


Após o café da manhã, peguei minha bolsa e saí junto com Phill para a Security’s. Ele queria que eu fosse em seu carro, mas eu adorava dirigir minha Mercedes prata, por isso recusei o convite. Quando cheguei ao departamento, vi uma mulher chorando inconsolavelmente e falando com o meu chefe, James Peterson. Fui ver o que estava acontecendo junto com Phill.

- Por favor senhor, eu preciso da sua ajuda. Ninguém mais pode me ajudar nisso se não algum detetive! – Choramingava a mulher, com a maquiagem borrada pelas lágrimas.
- Me desculpe, senhora, mas não há o que possamos fazer. O corpo é irreconhecível, sequer sabemos se ele é do seu filho mesmo. – Disse o chefe Peterson, com uma expressão triste nos olhos que eu jamais vira.


A mulher começou a chorar mais e Phill a levou para tomar um copo d’água e se acalmar mais. Eu estava triste por ela, e nem sabia o que estava acontecendo direito.

- Qual o problema, chefe? – Perguntei, tentando esconder minha tristeza pelo choro daquela mulher.
- Ela quer um detetive que possa entender o motivo da morte do filho dela, e saber o que estava acontecendo que o deixara tão preocupado nas suas últimas semanas de vida. Eu entendo a tristeza dela, ele era filho único, e ela também não tinha esposo, e agora está sozinha. Mas acredito que essa investigação não levaria a lugar nenhum, logo porque a polícia não encontrou nada além da carteira dele, que estava semi queimada no bolso da sua calça. Nenhum rastro, nenhuma pista. Nada.
- Que pena, agora entendo a dor dela.


Phill voltou com a mulher, agora mais contida, mas dando soluços de choro de vez em quando. Mas fazendo de tudo para parecer melhor. Ela tinha limpado o rosto e tirado a maquiagem borrada.

- Realmente não há forma alguma de vocês me ajudarem, detetive? – Ela perguntou, contendo as lágrimas.
- Infelizmente não, senhora. Ninguém nesse momento está dis... espere. Alice, você está em algum caso agora?
- Não, chefe – Respondi cautelosamente, e depois vi na expressão da mulher um lampejo de esperança que me fez ficar feliz e perder a cautela – Atualmente não estou trabalhando em nenhum.
- Você pode trabalhar nesse caso então, se você puder. – Com aquela expressão de “Você que sabe”.
    A mulher me olhou com um olhar quase implorador.
- Por favor, senhora, se não for você, ninguém mais vai me ajudar.


Pensei: como não estava com nenhum trabalho, e também estava comovida pelo problema daquela mulher que não sabia viver sozinha, e não teria paz enquanto não soubesse o que aconteceu com seu filho, não tive como recusar.

- Aceito esse trabalho, chefe. – Respondi com um sorriso.


Me sentia muito bem por estar ajudando aquela pobre moça. Essa com certeza seria a hora certa de ter um vislumbre do futuro e descobrir no que eu estava me metendo.

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